Hoje ligaste, mais uma vez. A conversa iniciou-se como já é costume, com perguntas que surgem com o pretexto de que existe algum tipo de preocupação. Irónico como depois de acabar que é ela te surge. E eu como sempre a cair como um patinho.
Depois da questão, aparentemente técnica e de assuntos inevitáveis que as pessoas conversam depois de terminar vem a real razão. Perguntaste-me como estou seguido de uma vaga afirmação embutindo que já sabes a resposta porque mesmo estando mal eu respondo que estou bem, bem respondi. Tu sorriste. Tentativa de mostrar familiaridade e cumplicidade entre nós depois de tanto mal que me fizeste. A dissimulação de preocupação e sentimentos de culpa era a minha rotina, e ai tive um flashback. Flashblack da altura da minha vida em que todas as técnicas de manipulação eram usadas contra mim como um feitiço.
Cá está a verdade. A verdade é que eu não sinto a tua falta, talvez sinta um pouco da pessoa que eu julgava que eras e da personagem que inicialmente criaste só para mim, mas essa pessoa não existe e nunca foi real. Sinto falta da personagem que criaste baseada naquilo que sabes que eu admiro.
Hoje confronto-me com a dura realidade de que essa pessoa nunca existiu. E para além disso, confronto-me com a dura realidade de que existem pessoas maldosas o suficiente para dissimular tudo isto.
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