Entrei no autocarro e dirigi-me a um assento que não me pertencia como é habitual, pousei a minha mala no banco ao lado e encostei a minha cabeça ao vidro do autocarro. Senti, de repente, um aperto no peito e o meu coração a bombear mais rápido e cada vez mais forte.

«Não me lembro de nada do que aconteceu nestes últimos 9 dias» - entoou a minha cabeça - «não me lembro do rosto dele, do sorriso...», o coração começou a correr, a minha cabeça começou a andar às voltas. Comecei a espreitar pelos vidros do autocarro na esperança de te poder ver ali de olhar fixo ao chão esperando pela minha partida, mas nada. Pensei em sair do autocarro e correr o mundo à tua procura apenas por um último beijo, mas acobardei-me, enterrei-me no assento que não me pertencia e fiz força para não chorar até chegar à cama.