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Thursday, September 22, 2011

That place;


Com as mãos sobre as minhas pernas unidas, observo o verniz vermelho pintado à pressa na noite anterior. É tão bom sentar-me e apenas ficar aqui, neste banco de jardim, sem pensamentos nem preocupações que me afastem deste simples lugar. Apesar de ser um sitio rodeado de gente apressada sob o stress da rotina, eu gosto de aqui estar. Apenas sentada... Sei que neste lugar ninguém me vai encarar, ninguém vai sequer reparar que aqui estou, nem o propósito de o fazer.
Erguendo a cabeça vejo-a, mesmo diante os meus olhos como se fossem pequenas sombras. Algumas infiltradas entre os frescos casacos de Outono e as restantes girando à volta de todas as pessoas que passam, todas elas são perseguidas, menos eu. Como tu dirias, "a confusão é algo não te atinge", não é mesmo.
Fecho os olhos, respiro bem fundo e deito todo o ar cá para fora num suspiro. O vento leve afasta todo o cabelo que cobria a minha cara enquanto tento recordar todos os momentos passados a teu lado. Consigo vivência-los como se fossem ontem, mas sem a felicidade de à uns meses.
Sinto-me vazia, sem cor, nem mesmo a confusão de sentimentos me possuí. Bem que tento procurar cá dentro, mas não encontro nenhum.
"Quem não se ama não sabe amar ninguém", Padre Fábio de Melo.
Estou a perceber realmente o sentido dessa frase na pele.

7 comments:

  1. quem dera que todas as falhas de inspiração originassem textos assim.

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  2. este texto está super lindo :)
    houve outra coisa que me chamou à atenção no teu blog, a frase "Não trates como prioridade quem te trata como opção", muito bom mesmo :p
    vou seguir*

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  3. Obrigada minha linda, gostei do texto *

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  4. Eu não acho que te falte criatividade e disposição, com este texto. :) Está bonito, gosto da perspetiva de onde é focalizado e a forma como o fizeste.

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