Aquela pessoa sabe como és, como reages às coisas, e conhece-te cada vez melhor todos os dias. Numa relação é assim, não é perfeita, mas o segredo é: vai-se aperfeiçoando. Alguns meses depois da companhia do teu novo companheiro ele sabe como gostas de ser beijada, sabe os teus pontos fracos, as tuas incertezas, mas também sabe aquela piada ou tontice que tu te ris sempre, e já têm alcunhas fofinhas definidas um para o outro. Vocês sabem, que por mais força que façam, não conseguem resistir aos braços um do outro, e que aqueles abraços jamais poderão ser substituídos.

Vocês vão lembrar-se das vossas origens, das brincadeiras que vos fizeram crescer, as conversas e momentos especiais, momentos que quando repetidos não vão saber iguais, tudo na vida é assim, vão continuar a crescer, vão explorar o mundo juntos e, de vez em quando, olham para trás para repetir algo feito antigamente, para recordar como eram tontos naquela altura e como situações comuns lhes traziam a maior felicidade do mundo.

Chega aquele dia que tu já sabes que a partir do momento que te deitas na cama dele não sais mais, ele prende-te as pernas, os braços e faz-te cócegas até te doer a barriga de tanto rir. Tu vais lutar contra ele até sentires dores musculares e mesmo assim ris-te, não páras. Quando finalmente ele te larga, vais tu, cheia de fé, para os braços dele, tentar prendê-lo como ele te fez a ti, mas perdes. Ficas irritada e com mau perder, riste outra vez e dizes «fogo xuuuu!». É aí que ele se envolve a ti com beijos, que só ele sabe dar, uns lábios grossos a proteger os mais pequeninos. Umas almofadinhas doces, sob uns requintados.

Até mesmo quando aquilo que mais detestas no mundo são cócegas, quando é ele a fazê-las, tem outro sabor, até gostas. Aliás, adoras.